General, estadista, orador, historiador e legislador romano nascido em
Roma, que com a passagem dos séculos não diminuiu a grandeza associada
ao seu nome, símbolo da glória, do poder e do prestígio da Roma antiga, e
cujo nome tornou-se o título honorífico dos imperadores romanos e mais
tarde deu origem a outros como Kaiser, em alemão, e czar, nas línguas
eslavas. Um dos maiores chefes militares de toda a História, nasceu em
família aristocrática, desde criança teve educação esmerada e logo se
tornou bom conhecedor do grego e da gramática. Na época da guerra civil
entre Caio Mário e Lúcio Cornélio Sila, casou-se com Cornélia, filha de
um dos principais inimigos de Sila, que então exercia o poder em Roma.
Com essa união, atraiu a inimizade do ditador, e afastou-se da cidade,
dirigindo-se para a Ásia em 82 a.C. Quando Sila morreu, em 78 a.C.,
voltou à Itália e interessou-se pela atividade política de onde logo
pôde demonstrar suas qualidades.
Entusiasmado admirador de seu tio, o cônsul Caio Mário, inimigo de Sila e
de origem plebéia, aprendeu com ele a conveniência de favorecer as
classes plebéias. Apoiou, então, o partido popular, e passou a atacar os
senadores que se haviam alinhado com Sila. Devido as suas acusações foi
obrigado a fugir para Rodes, onde estudou oratória com o sábio Apolônio
Molon. Em 74 a.C., o rei de Ponto, Mitridates VI, empreendeu a luta
contra os aliados de Roma, e ele aproveitou a ocasião para ganhar
popularidade. Organizou um exército e, depois de enfrentar Mitridates,
foi nomeado tribuno militar. Realizou suas ambições políticas com
campanhas brilhantes contra as tribos que habitavam as atuais França e
Bélgica. Em 62 a.C. ganhou o cargo de pretor e, no ano seguinte,
dirigiu-se à Hispânia Ulterior como propretor, o que lhe permitiu
organizar seu próprio exército e conseguir importante butim de guerra.
Participou do primeiro triunvirato em 60 a.C., ao lado de Pompeu e
Crasso, época que promulgou leis agrárias em favor dos soldados
licenciados, exerceu forte controle sobre o Senado e realizou um bom
governo nas províncias romanas. Dedicou-se à pacificação da Gália
Cisalpina (58-54 a.C.), o que lhe conferiu glória militar e maior poder,
permitindo-lhe aumentar os efetivos de seu exército. Submeteu celtas,
helvécios, belgas e germanos, venceu os gauleses chefiados por
Vercingetórix e ainda realizou (54 a.C.) uma frustrada expedição à
Britânia, futura Grã-Bretanha, o que reduziu seu prestígio no
triunvirato.
Com a morte de Crasso na Síria, em luta contra os partos, disputou o
poder com Pompeu, que era apoiado pelo Senado. Com Pompeu foi nomeado
cônsul (52 a.C.), o Senado tentou reduzir o poder e a força de César,
mas este mudou-se para governar a Gália Cisalpina. Por decisão do Senado
e Pompeu, César foi destituído do cargo de governador das Gálias e
recebeu ordens para depor as armas. Decidiu, ao contrário, invadir a
Itália (49 a.C), e ao atravessar o Rubicão, um riacho que separava a
Gália da Itália, pronunciou a famosa frase Alea jacta est (A sorte está
lançada). A seguir, conquistou Roma e a península Itálica, aniquilou as
forças hispânicas de Pompeu que fugiu para a Grécia, mas César o
perseguiu e derrotou em Farsala (48 a.C). Com as forças arrasadas,
Pompeu refugiou-se em território egípcio, onde foi assassinado. Chegou à
Ásia (47 a.C.), onde obteve rápida vitória sobre Farnaces, rei do
Ponto, quando disse outra frase célebre Veni, vidi, vinci (Vim, vi,
venci). Invadiu o Egito intervindo na disputa dinástica a favor de
Cleópatra.
De volta a Roma (46 a.C.), com suas legiões extinguiu o poder do Senado,
decretando o fim da República, aniquilou sem piedade os últimos
partidários de Pompeu e instituiu-se cônsul vitalício e ditador
perpétuo. Podia escolher quaisquer tipos de funcionários públicos,
decretar qualquer lei e, além disso, era o chefe máximo do exército.
Realizou uma ampla reorganização política e administrativa de Roma e do
império, conferiu maior celeridade à justiça, estimulou o crescimento
econômico do estado, aperfeiçoou o governo das províncias, impulsionou a
romanização dos territórios dominados por meio de colonos, distribuiu
terras entre os soldados, reformou o calendário, promoveu construções
monumentais e a celebração de festas para alegrar o povo. Homem de
grande cultura, interessado pela lingüística e pela gramática, escreveu,
entre outros trabalhos, sobre os métodos de distribuição de água em
Roma, o tratado De analogia (Sobre a analogia), de que restam
fragmentos, valiosos documentos são suas obras principais, Commentarii
de bello galico (51 a.C., Comentários sobre a guerra aos gauleses) e
Commentarii de bello civili (44 a.C., Comentários sobre a guerra civil),
Anticatones, orações contra Cícero, escritos em latim simples, mas
expressivo.
Por sua ordem foi criado o célebre calendário juliano, resultante da
reforma do calendário romano, que tinha 304 dias e 10 meses, baseado no
lunar egípcio, estabelecendo o ano solar de 365,25 dias (do conhecimento
dos chineses desde 1400 a. C.) e o ano civil de 365 dias, com um
bissexto de 366 dias a cada quatro anos. Foram retirados dois dias de
fevereiro e acrescidos aos meses de julho e agosto, em homenagem a
imperadores. Vítima de uma conspiração, foi assassinado com 23 facadas,
nas escadarias do Senado, por vários senadores liderados por Marco Júnio
Bruto, seu filho adotivo, e Caio Cássio, republicanos que faziam
oposição ao poder autocrático.
Diz a tradição que ao ser atacado defendeu-se até reconhecer Brutus e
pronunciar, então, sua última frase famosa: Até tu, Brutus, abandonando a
reação. Seu assassinato teve como conseqüência muitas revoltas e
guerras internas e, finalmente, a divisão do Império (43 a. C.), pelo
famoso Tratado de Brindisi que originou a formação de um triunvirato,
onde Antônio ficou com o oriente, Otávio com o ocidente e Lépido com a
África. Embora o triunvirato tenha sido renovado por mais cinco anos (38
a. C.), as guerras internas prolongaram-se, quando Otávio (depois
chamado de Otávio Augusto) derrotou Antônio e Cleópatra (30 a. C.) e
dominou o Egito. Sua principal obra escrita foi Comentarius, sobre
campanhas de guerra
Fonte: http://www.brasilescola.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário